Isidoro Bakanja
Bem-aventurado
+1909
Presume-se
que o jovem congolês de pele negra, futuro mártir do escapulário, de nome
Isidoro Bakanja, nasceu entre 1885 e 1890, em Bokendela, no seio de uma família
da tribo Boangi. Na época, o seu país era domínio exclusivo do rei Leopoldo II,
da Bélgica, fazia parte de seu patrimônio pessoal. Mais tarde, a propriedade
foi transformada na colônia chamada Congo Belga, atual República Democrática do
Congo.
Os dados concretos revelam que, como todos os
africanos de sua tribo, conheceu a pobreza logo cedo. Ainda na infância,
precisava trabalhar para o sustento próprio, como pedreiro ou como lavrador no
campo. Na adolescência, conheceu a religião cristã por meio dos dois religiosos
trapistas que foram, em missão, converter essa tribo africana.
Totalmente convertido e devoto de Maria, Isidoro
foi batizado no dia 6 de maio de 1906. Na ocasião, recebeu de presente um
rosário e o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que nunca mais deixou de
usar. Ele conheceu a história do escapulário e contava-a a todos os irmãos
africanos que, interessados no cristianismo, procuravam os dois missionários,
os quais, por sua vez, chamavam Isidoro de o "leigo do escapulário",
pela vocação ao apostolado.
Mais tarde, Isidoro foi trabalhar num seringal, em
Ikiri, pertencente a um colonizador belga, ateu, que não suportava os africanos
cristãos e menos ainda os missionários. Preferia a população africana como
estava, era mais fácil para ser explorada como mão-de-obra quase gratuita. Não
gostava de ter africanos convertidos trabalhando na plantação, "perdiam
tempo rezando", dizia. Isidoro, no entanto, nunca escondeu que era
cristão, usava o escapulário com fé e devoção. Trabalhava duro e produzia bem,
mas era cada vez mais perseguido.
Quando foi impedido de rezar em voz alta enquanto
trabalhava, resolveu deixar o seringal. Mas foi proibido de voltar para casa, e
ordenaram que jogasse fora o escapulário de Nossa Senhora do Carmo, sinal de
sua fé. Como Isidoro recusou, foi chicoteado pelo próprio belga ateu até ter
suas costas transformadas em uma grande chaga. A ferida infeccionou e, ao longo
de seis meses, Isidoro viveu um calvário de sofrimentos. Sua agonia foi muito
mais dolorosa que o açoitamento. Durante esse período, foi solidário com seu
povo e outros sofredores, repartindo com eles a sua fé e os alimentos que
recebia.
Morreu entre seus irmãos africanos, com o rosário
nas mãos e o escapulário de Nossa Senhora do Carmo em seu pescoço. Perdoou e
prometeu rezar pelo seu algoz ao ingressar no céu. Foi o que disse antes de
entregar sua alma ao Pai, envolto em seu pequeno "hábito de
carmelita", em 15 de agosto de 1909.
O papa João Paulo II beatificou esse jovem
africano cristão, que chamou de o "mártir do escapulário", em 1994. O
bem-aventurado Isidoro Bakanja é celebrado no dia de sua morte. O seu
testemunho fez florescer muitas obras de caridade promovidas pelos leigos
carmelitas e devotos do escapulário de Nossa Senhora do Carmo em todos os
continentes.
FONTE: Paulinas em 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário