Mártires (+1588)
Margarida Ward nasceu em Congleton, Cheshire, em torno de 1550, no seio de uma distinguidíssima família inglesa. Pouco se sabe de sua vida, somente que nos últimos anos viveu na casa da nobre senhora Whitall, da qual era dama de companhia.
Margarida era católica, e soube que haviam prendido o sacerdote Guilherme Watson, que estava encarcerado e submetido a contínuos sofrimentos. Estava em curso a perseguição da sanguinária Isabel I contra os católicos, e a tortura era uma prática usual. Margarida decidiu visitá-lo repetidas vezes, para ajudá-lo e confortá-lo.
Watson, que escreveu a obra conhecida como "Quodlibets", já tinha estado preso uma primeira vez, porém logo, em um momento de debilidade pelas torturas sofridas, tinha consentido participar do culto protestante, e por isso fora libertado. Porém amargamente arrependido desta ação, se retratou publicamente e declarou ser católico, e foi novamente preso e levado para a prisão de Bridewel.
Depois de várias visitas, que suavizaram a vigilância do carcereiro, Margarida levou uma corda para poder escapar. Na hora fixada, o barqueiro que se havia comprometido a transportar o sacerdote rio abaixo, se negou a levar a cabo seu trabalho. Em sua angústia, Margarida confiou seu problema ao jovem John Roche (ou Neele), que se comprometeu a ajuda-la. Preparou um bote e trocou de roupa com Watson, que pode fugir. Porém a roupa traiu John Roche e a corda convenceu o carcereiro que Margarida Ward havia sido o instrumento da fuga do prisioneiro. Ambos foram detidos.
O Venerável Robert Southwell escreveu ao Padre Acquaviva, S.J.:
"Foi açoitada e suspensa pelos punhos, só tocava o solo com as pontas dos dedos de seus pés, durante tanto tempo, que ficou inválida e paralisada, porém estes sofrimentos reforçaram em grande medida a gloriosa mártir em sua luta final".
A dama não só confirmou plenamente tudo quanto tinha feito, como negou revelar onde o fugitivo estava escondido; não quis pedir perdão à rainha Isabel, nem aderir ao culto protestante, condições que lhe eram impostas para obter a liberdade. Ela estava convencida de que não havia ofendido a soberana, e considerava coisa absolutamente contrária à sua genuína fé católica o assistir às funções de um culto herético.
Foi julgada e condenada à morte em Newgate por alta traição. Imolou sua vida pela fé católica que não quis abjurar, e caminhou para o patíbulo em Tyburn no dia 30 de agosto de 1588.
Ricardo Leigh, sacerdote, e os leigos Eduardo Shelley, Ricardo Martin, ingleses, e John Roche, irlandês, e Ricardo Lloyd, galês, foram seus companheiros de martírio. O primeiro por ser sacerdote e os outros por terem dado hospitalidade a sacerdotes. Todos eles foram beatificados em 1929 pelo papa Pio XI, e Margarida foi canonizada em 25 de outubro de 1970 pelo papa Paulo VI entre os 25 mártires da Inglaterra e Gales.
Fontes: www.santiebeati.it; Burton, Edwin. "Santa Margarida Ward" Enciclopedia Católica. Vol. 15. N. York: Robert Appleton Company 1912. 4 de febrero 2010
Etimologia: Margarida = pérola, do grego e latim
Fonte: http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/
http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/2013/08/santa-margarida-ward-martir-da.html
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